segunda-feira, dezembro 31, 2012

Retrospectiva ou quase...

Comecei 2012 em Punta del Leste no Uruguai, trabalhando 12 horas por dia em um navio de cruzeiro, longe das pessoas que mais amo em um processo de "recuperação" de mim mesma. Estive na Argentina, na Itália, na Espanha, na Grécia, na Croácia, em Malta, na Alemanha, na Dinamarca. Naveguei pelos fiordes da Noruega e não contive as lágrimas com o espetáculo da natureza. Fiz amigos do mundo todo, aprendi línguas diversas, comi comidas diferentes, tomei os melhores sorvetes da minha vida, tomei os piores cafés, reaprendi a chorar e entendi que  havia chegado ao fim da busca pela minha "recuperação". Foi a hora de voltar! Voltei, cheia de incertezas de como tudo seria, mas muito tranquila, muito calma, inteira. Minha vida burocrática se organizou, meu coração se acalmou, comecei a jogar tênis, aprendi a fazer yakissoba, abri um negócio, voltei com o que sei fazer de melhor, -cuidar do ser humano-, busquei e levei sobrinhos na escola, ganhei muitos beijos com "tia eu te amo", conquistei uma nova e adorável família, paguei dívidas, dormi muito pra me recuperar do cansaço que senti no meu corpo depois do contrato de 9 meses no navio, comprei um carro novo, me tornei budista e ainda mais feliz. Decorei o apartamento novo, cortei e mudei a cor dos cabelos, cuidei da saúde que não estava muito bem, retomei a dieta, fiz sushi pela primeira vez, assisti a muitos filmes, me reaproximei das pessoas que mais amo, organizei uma grande festa e daí que hoje é o último dia do ano! Ufa! Que venha 2013 e que nele possamos crescer tanto quanto em 2012! O meu desejo mais sincero de uma passagem de ano maravilhosa a todos! Vejo você ali, bem ali em 2012!


Noruega


Veneza


Veneza


Santorine- Grécia


Santorine- Grécia


Santorine- Grécia


Santorine- Grécia


Santorine- Grécia


Katakolon- Grécia


Londres- Inglaterra

Ps: Esse também é o primeiro post depois de 2 anos sem escrever nada realmente pessoal.

sábado, dezembro 22, 2012

Nós também teremos Natal...



Nós somos budistas, mas, iremos a ceia com nossas famílias, brincaremos de amigo secreto, tomaremos espumante e continuaremos desejando que todo ano esse sentimento tão especial que surge com o Natal continue existindo. Este ano o Natal tem um gosto diferente pra mim, e sou a prova viva do ditado popular "é preciso perder pra se dar valor". No ano passado vivi o primeiro Natal solitário de fato, longe da minha família, longe dos meus amigos, longe daqueles que amo de verdade, pois este ano estou com meu coração mais aberto do que nunca: que venha a noite de Natal! Feliz Natal a todos!

"Organiza o Natal

Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.

Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade."

Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, dezembro 18, 2012

Mas não tem nada não...

As coisas acontecem do jeito que acontecem e estão certas assim. Não me arrependo de nada. Mas, vez em quando passa pela cabeça um "ah, podia ter sido diferente".

Caio Fernando Abreu




quinta-feira, dezembro 13, 2012

Vai e faz!

Tem uma antiga e maravilhosa piada italiana sobre um homem pobre que ia a igreja todos os dias e que rezava diante da estatua de um grande santo implorando: “Querido santo, por favor, por favor, por favor deixa eu ganhar na loteria.
Finalmente a estatua irritada criou vida, olhou para baixo e disse ao pedinte: “Meu filho, por favor, por favor, por favor compre um bilhete!

Elizabeth Gilbert - Comer, Rezar, Amar.

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