Eu sou psicanalista, de formação e de atuação e cada dia meu é dedicado sobretudo a isso: ao ser humano, suas dores e questionamentos. É muito comum eu ser questionada em consultório sobre o certo e o errado, mas, será mesmo que existe o certo ou o errado?
O surgimento da psicanálise se deu ainda na década de 1890, quando em conversas com pacientes, Freud passa a acreditar que os problemas na verdade se originam da não aceitação de acontecimentos na própria vida do indivíduo, que passa a reprimir seus reais desejos no inconsciente, gerando assim uma fantasia. A psicanálise investiga sonhos, esperanças, desejos, fantasias, e também as vivencias dos primeiros anos de vida em família. A principal função do analista é tornar consciente os conteúdos reprimidos que precisam ser trabalhados pelo indivíduo, COMPLETAMENTE ISENTO DE JULGAMENTO!
Mas porque escrever sobre isso?
Quem leu meu post anterior, percebeu que o texto em questão, diga-se de passagem muito bem escrito e coerente, não é meu. Eu o encontrei em alguns fóruns de discussão no facebook sobre gravidez, parto e maternidade. Meu interesse pelo assunto vem crescendo, tanto de forma pessoal, estou tentando engravidar, como profissionalmente. As questões em torno da maternidade são muitas e nunca antes encontrei tanto julgamento como o que tenho visto entre mães de uma forma geral.
Existe uma brincadeira boba entre psicanalistas que diz que só se tem trabalho porque existem as mães, mas, me pergunto: Porque tanto julgamento? Porque tudo é tomado de forma tão pessoal? Quem foi que disse que a mulher quando se torna mãe tem a obrigação de fazer qualquer coisa de forma pré estabelecida pelo outro?
Precisa parir de parto normal, fazer toda a comida em casa com ingredientes orgânicos, desfraldar em tal idade, não dê chupeta, aleitamento materno exclusivo e por ai vai...
Não estou negando a eficiência de nada do que coloquei acima mas, questiono e sempre vou questionar a viabilidade de cada coisa dentro da vida de cada indivíduo.
Algumas semanas atrás uma pessoa me procurou, grávida, com uma legião de "boas mães", julgando-a porque ela marcou a cesária para o nascimento do seu filho. Conversa vai, conversa vem e a verdade dela, só dela desaba sobre o próprio colo. Desde que essa moça engravidou, um único pensamento ronda sua cabeça, não é o enxoval, a educação, o dinheiro, o trabalho: COMO ESSE BEBE VAI SAIR?
Essa moça foi violentada quando criança e a questão nunca foi trabalhada antes. Será mesmo que agora é a melhor hora pra isso? Será mesmo que todas as ativistas do parto normal não iram perdoa-lá por agendar a cesária para o nascimento do seu filho? Oi?
É preciso manter a cabeça aberta, livre de julgamento e um pouco mais de amor! Amor para deixar de lado todos os conceitos bobos que construímos sobre as coisas e nos permitir olhar para o outro com um pouco mais de respeito e compreensão.
Auto identificação? Não! Porque eu tive a oportunidade de trabalhar até a exaustão o que passei e estou me preparando mesmo para ressignificar tudo aquilo de parto normal humanizado ou na cesária se este não for possível.
Mais amor por favor.
Abraços
Juliana Galante
Essa de analisar as pessoas em conjunto não funciona. Cada um tem seu próprio inferno, duvidas que são só dela, não pra generalizar mesmo.
ResponderExcluirBeijocas
Ju, acho essa coisa de se colocar tudo no mesmo balaio, um saco!
ResponderExcluirFaça isso ou faça aquilo com seu bebê é literalmente gente metendo bedelho onde não foi chamado. O bebê é meu e eu faço o que achar melhor para ele.
Quando fiquei grávida da minha primeira filha tinha dúvidas como todo mundo, minha avó me deu o seguinte conselho: "Ser mãe é algo natural e animal, você conhece algum animal que mata seu filhote ao cuidar dele, não! Então use sua intuição e não ouça pitaco de ninguém. Assim fiz e não me arrependi, posso não ter sido a melhor mãe do mundo, mas fiz o meu melhor.
bjs
Jussara
Oi Ju,
ResponderExcluirNao sabia que vc é psicanalista. Sou filha de psiquiatra e fiz trocentos anos de análise. Estou fora de terapia no momento pq não encontrei a terapeuta dos meus sonhos (encontrei, mas ela mudou de cidade).
Adoro terapia e acho que ajuda muito!
Aproveite a semana!
Bjs
GOSTO DISTO!
Costumam dizer que mãe já se sente culpada desde o momento que sabe que está grávida, imagina agora com essa sociedade perfeitinha que estamos vivendo, como você mesma citou... a oposição do parto normal (inclusive por feministas que agora chama a cesária por um nome que eu esqueci, mas que significa que ela seria uma espécie de violência provocada pelo obstetra); proporcionar alimentação saudável; educação personalizada (nada de babás)...
ResponderExcluirCoitadas das mulheres normais imperfeitas que vão ser mães... coitadas. rs
BeijoZzz
Adorei isso: "Existe uma brincadeira boba entre psicanalistas que diz que só se tem trabalho porque existem as mães." hhahahahahaha! Pois é!
ResponderExcluirOi Ju,
ResponderExcluirAdoro seus posts e estou esperando mais...
Aproveite a semana!
Bjs
GOSTO DISTO!
Eu odeio o nazismo do politicamente correto, ou do pré determinado, pre estabelecido e pre decidido sabe -se la por quem.
ResponderExcluirE não se esqueça que vc TEM que comer brocoli pelo menos uma vez por semana.